(SERIE NUMERADA VIAÇÃO COMETA S.A.) ONIBUS SCANIA BR115S 4X2 (1973) COM CARROSERIA CIFERAL MODELO DINOSSAURO I (PROTOTIPO DO MODELO COM TETO PLANO SEM A FAMOSA QUEDA MAIS CONHECIDA TECNICAMENTE COMO CAMELO) (VIAÇÃO COMETA S.A.) (DINOSSAURO I) (1973)
Um breve resumo da história do Dinossauro na Viação Cometa S.A. Por Wilson R. Degressi Míccoli O Dinossauro, um monobloco-monocoque em Duralumínio lançado pela Ciferal em 1972 para a Cometa num acordo formal entre Tito Mascioli, presidente da companhia, e Fritz Weissman, da Ciferal, teve origem num estudo minucioso feito pela Ciferal em cima do GM PD-4104. A intenção da Cometa neste projeto, era desenvolver um veículo similar ao importado dos Estados Unidos em 1953, que possuísse motor traseiro, suspensão a ar e principalmente conforto aos passageiros e ao condutor do coletivo.O veículo, apresentado no salão do automóvel de 1972, teve uma primeira versão de teto plano sem a famosa "queda", mais conhecida tecnicamente como camelo, e levou na Viação Cometa o prefixo 2002. Na realidade, tratava-se de um Ciferal Líder com a frente do Dinossauro já conhecida e a traseira redesenhada do Ciferal Líder batizado na Cometa como JUMBO C, que levava o prefixo 2014, que tratava-se de um Scania BR-110 Sueco, importado em três unidades para testes pela Scania Brasileira. Porém o primeiro Dinossauro efetivo da Viação Cometa foi o carro 3101, até hoje preservado no museu do antigo controlador da empresa. Encarroçado sob o chassi BR-115 Super, possuía motor turbo alimentado de 275 cv e suspensão a ar, na época o que de melhor havia no mercado brasileiro de chassis. Uma particularidade exclusiva do carro 3101 que foi herdada do protótipo 2002, era a janela do motorista e a janela das poltronas 3-4, atrás deste, que era uma janela única e inteiriça, herdada do Ciferal Líder. A partir do 3102 a janela foi separada em duas distintas. O nome DINOSSAURO foi dado de batismo ao veículo pela Cometa, numa alusão a algo grande e forte, se comparado com o antecessor Turbo Jumbo, de motorização dianteira e baixo; esta denominação acabou tornando-se homônima na Ciferal. A carroceria apresentava traseira com formato curvo, vista do alto, e um vigia traseiro tripartido em vidro, com três peças, duas nas extremidades, de tamanho menor, e uma principal ao centro, maior. O veículo trazia uma tradição da Ciferal até então, o toalete à esquerda do carro, em função da disposição do radiador do chassi BR-115, que era à direita, bem como a numeração invertida. O par de poltronas 1-2 ficava a direita do carro, sendo que as poltronas pares eram janelas, e as ímpares, ao lado do corredor. Deste modelo a Cometa possuiu veículos numerados com três séries: 31 e 32 - não existiu a série 33, a 34 era destinada aos veículos denominados DINOSSAURO EXECUTIVO, exclusivos da linha São Paulo - Rio de Janeiro, que eram equipados com ar-condicionado traseiro. Um destes veículos, de prefixo 3451, foi preservado para utilização da antiga diretoria da Cometa e hoje se encontra no acervo do antigo controlador da empresa - embora não possua mais o ar-condicionado de traseira, que foi remanejado para os bagageiros. Também existiu uma série de Dinossauros Leito que possuíam pintura diferenciada e levavam a série 35.Em 1976, a Ciferal apresentou uma nova versão do Dinossauro que possuía a traseira reta e plana. Esta versão já apresentava um vigia traseiro em fibra de vidro, o que ampliou o espaço interno do carro e permitiu que fosse colocada mais uma fileira de poltronas. Poucas foram as unidades encarroçadas sob o chassi BR-115, pois no mesmo ano a Scania lançou o chassi BR-116, com motorização turbo alimentada de 296 cv. A mudança neste chassi era a disposição da ventoinha do radiador bem como o próprio radiador, que eram dispostos à esquerda do carro. Com esta mudança, a numeração das poltronas foi alterada, sendo que as poltronas 1-2 passaram a ser atrás do motorista. As poltronas ímpares passaram a serem janelas e as pares, corredor e o toalete passou a ficar disposto à direita do carro. Deste modelo, a Cometa teve prefixados a segunda metade da série 35 (leitos), e as séries 36, 37, 38, 39 e 40, para veículos convencionais com ou sem toalete.Em 1979, com uma nova liberação do Governo Federal, onde até então os veículos rodoviários poderiam ter comprimento de 12 metros, passaram a ter a configuração de 13,20. Com esta mudança surgiu a versão Dinossauro II que passou a ter 42 poltronas contra 38 de sua versão anterior e ainda, o carro passou a ter seis janelas laterais, além de ter tida ampliada sua capacidade de bagageiros passantes para 11m³. Deste modelo circularam as séries 41, 42, 43, 44, 45, 46, 47, 48 e 49, sendo que as séries 46, 47, 48 e 49 eram veículos de séries anteriores reformados. Desta série ainda destaca-se o Dinossauro de prefixo 4500 que era um protótipo da Scania, movido a Álcool (combustível hoje conhecido como Etanol), que circulava na linha São Paulo - Campinas.Em 1981 a linha São Paulo - Rio era operada por três companhias, antigas rivais: Viação Cometa S.A., Expresso Brasileiro Viação Ltda. e Única Auto Ônibus. A Viação Itapemirim, gigante sediada em Cachoeiro do Itapemirim, expandindo seus tentáculos por todo o Brasil, chegava em São Paulo e acabou por adquirir os ônibus e as linhas da Única, entrando na São Paulo - Rio. Uma das promessas feitas pela Itapemirim que acabou concretizada foi a apresentação de um veículo inédito, encarroçado pela Ciferal no modelo Dinossauro, batizado de TRIBUS. Tratava-se de um veículo com chassi Mercedes-Benz, com alterações mecânicas executadas pela Itapemirim e inclusão de terceiro eixo, com suspensão a ar. Este modelo do Dinossauro rendeu um desgaste nas relações entre a Cometa e a Ciferal, pois a produção deste era um acordo formal de exclusividade entre Tito Mascioli e Fritz Weissman, conforme já citado, e versões deste veículo para outros frotistas possuía alterações estéticas na frente, na traseira e no interior do veículo, tornado o modelo da Cometa exclusivo, porém esta regra não foi seguida com os veículos encarroçados para a Itapemirim.Em meados de 1982 a Ciferal começou a apresentar atrasos nos prazos de entrega dos veículos devido uma grave crise financeira que começou a atravessar. Nesta época a Viação Cometa possuía cerca de 100 chassis BR-116 na Ciferal, sendo que boa parte destes já haviam sido passados para o encarroçamento. Para conseguir fazer frente ao Tribus da Itapemirim, a Viação Cometa, numa hábil estratégia, repassou para a Expresso Brasileiro, 50 chassis BR-116, que foram encarroçados por esta na Marcopolo, e da noite para o dia, surgiram novos carros na Expresso Brasileiro, o que ajudou a Cometa a ganhar tempo.Os carros que não haviam sido concluídos foram trazidos no estado em que se encontravam para São Paulo, e foram concluídos na Companhia Mecânica Auxiliar, divisão do grupo que cuidava até então da reforma pesada de veículos do grupo. Estes veículos levariam a série 50, dividida entre convencionais e leitos, e também serviu de laboratório para a Cometa começar a manufaturar seus próprios ônibus, no ano seguinte, através da CMA. Algumas das inovações implementadas nestes veículos, finalizados dentro de sua própria casa, foram os bagageiros com molas a gás - dispensando a necessidade da corrente presa na lateral da carroceria quando o bagageiro era aberto. Comparado ao painel anterior da Ciferal, este recebeu novos instrumentos, tornando-se um pouco mais próximo do que foi apresentado no modelo da CMA e que até hoje pode ser visto.
Você saberia me dizer qual série do dinossauro tinha a caixa de cambio invertida?
ResponderExcluirSe não me engano os ônibus que tiveram a caixa invertida não eram os Dinos e sim os Mercedez, da Itapemirim.
ResponderExcluirNegativo. Houve uma série de ônibus Scania Dinossauro oriundos da Viação Cometa na Empresa Transoto de Belo Horizonte, onde trabalhei, anos 1973 e 1974 todos com a posição de câmbio invertidos, tendo inclusive uma série mais rara com a alavanca reta, mais curta posicionada um pouco mais atrás que as comuns, diferentemente das séries mais modernas com a alavanca mais à frente.
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